Eu sempre achei que quando completasse 18 anos, uma chave viraria na minha cabeça e automaticamente eu me transformaria em uma pessoa mais madura, mais responsável e funcional. Achava que seria como a cena de Shrek quando a Fiona vira uma ogra, mas eu viraria uma mulher adulta. Porém, já estou com quase 20 anos e essa mágica de virar adulta não aconteceu, me sinto a mesma adolescente confusa que eu era com 17 anos, mas agora com carteira de motorista e permissão para comprar bebidas legalmente.
Sinceramente, não me sinto madura e séria como minha mãe, ainda gosto de animações, de passar tempo desenhando e materiais de papelaria em formato de bichinhos (meu corretivo é uma pata de gato e meu apontador um pinguim). Não que isso seja necessariamente uma coisa ruim, só não era o que eu imaginava sobre ser maior de idade.
Talvez a gente – ou eu – tenha colocado expectativa demais em fazer 18 anos, como se fosse mudar do dia para noite, mas a verdade é que maturidade se atinge com tempo e experiências de vida. Na verdade, 18 anos não é muito tempo de vida, se parar pra pensar. Segundo o IBGE, em 2023 a expectativa de vida no Brasil foi de 76,4 anos, e a maioridade não é nem metade disso. Não sei de onde vem toda essa pressão para ser uma pessoa madura quando eu nem sei muito sobre a vida, afinal, meu córtex pré frontal ainda nem está completamente desenvolvido.
Crescer é algo difÃcil, acho que a maioria das pessoas, assim como eu, se sente perdido nessa fase da vida. Tenho amigos que estão indo para faculdade, outros estão se casando e a gente se sente numa corrida – que nós mesmos inventamos – para vencer na vida. Mas, sério, não é uma corrida. Ainda é cedo para saber o que fazer pelo resto da vida e tá tudo bem, há uma longa estrada pela frente.